Imagine assistir a alguém ser carregado para o céu em corpo e alma! Que imagem magnífica! Pois foi exatamente isso que aconteceu na assunção de nossa senhora. Ela adormeceu e foi levada em corpo e alma para a presença de Deus.
Sobre isso, o Papa Francisco, com sabedoria, disse assim:
“Quando o homem pôs os pés na lua, foi dita uma frase que se tornou famosa: “Este é um pequeno passo para um homem, um grande salto para a humanidade”.
Com efeito, a humanidade atingiu um marco histórico. Mas hoje, na Assunção de Maria ao Céu, celebramos uma conquista infinitamente maior.
Nossa Senhora pousou os pés no paraíso: não foi só em espírito, mas também com o corpo, totalmente. Este passo da pequena Virgem de Nazaré foi o grande salto à frente da humanidade.”
Logo, é com essa contemplação da grande obra de Deus na Virgem Maria que preparamos este post! Porque ela foi a primeira criatura totalmente humana a colocar os pés no paraíso e aguarda cada um de nós lá.
Mas o que é o Dogma da Assunção de Nossa Senhora?
O Dogma da Assunção da Virgem Santíssima foi proclamado, solenemente, pelo Papa Pio XII, no dia 1º de novembro de 1950, e sua festa é celebrada no dia 15 de agosto.
Quando o Papa o decretou, por meio da Constituição Apostólica Munificentissimus Deus, houve uma grande manifestação de alegria, tanto na Praça de São Pedro, em Roma, como nas outras cidades do mundo católico.
Eis suas palavras que esclarecem os motivos do dogma da assunção de nossa senhora:
“Finalmente, a Imaculada Virgem, preservada imune de toda mancha da culpa original, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celeste. E para que mais plenamente estivesse conforme a seu Filho, Senhor dos senhores e vencedor do pecado e da morte, foi exaltada pelo Senhor como Rainha do universo”.
Dessa forma, a Igreja declarava uma verdade de fé incontestável – por isso o termo dogma – o fato de a Mãe de Deus ter sido assunta, ou seja, levada de corpo e alma para o céu, confirmando o amor do povo católico para com ela e sua importância na história da salvação.
Portanto, sendo Nossa Senhora a Imaculada, permaneceu assim por toda sua vida. Logo, a Igreja apenas reconheceu o que o anjo declarou (cf. Lc.1,26-38); e o povo confirmou, ao longo dos anos, através das orações e devoções a Nossa Senhora.
Motivos para crer na Assunção de Nossa Senhora
Há uma expressão bastante terna que a Igreja usa para se referir à assunção de Nossa Senhora que é “dormição”. Ou seja, Nossa Senhora adormeceu e foi levada ao céu de corpo e alma pelos anjos ao encontro do seu Filho.
Um dos indícios desta verdade é o fato de que seu corpo nunca foi encontrado, algo não comum, uma vez que ela devia ser bastante visitada pelos discípulos e dificilmente seria abandonada para morrer sozinha.
Mas vamos aprofundar os motivos da assunção de Maria para que nossa fé, além de ser firme, seja bem fundamentada:
#1. Maria foi escolhida por Deus – O evangelho de Lucas (cf. Lc.1,26-38) narra o encontro do anjo com Nossa Senhora, e lá diz que ele foi enviado por Deus. Ou seja, Deus quis, preparou e realizou este momento; E Maria foi a porta de entrada para o plano salvífico de Deus; e disse sim, porque estava em comunhão com a vontade de Deus. Como alguém tão escolhida seria excluída em sua totalidade do céu?
#2. Nossa Senhora, esposa do Espírito Santo – Ainda no mesmo evangelho, o anjo respondeu para Maria que tudo aconteceria por obra do Espírito Santo, ou seja, o Espírito de Deus a fecundou, fez dela Mãe do Verbo e sua esposa. Nossa Senhora tornou-se morada de Deus, tabernáculo do Altíssimo. Como uma esposa tão ilustre no corpo e na alma experimentaria a morte?
#3. Maria deu à luz ao Filho de Deus – Santo Agostinho diz: “Maria é Mãe de Deus, feita pela mão de Deus”. Maria, com a conclusão da sua gestação, concedeu ao Filho de Deus a oportunidade de entrar na história. Logo, ela ocupa um lugar de privilégio também na história. E essa verdade é também um dogma: Maria, Mãe de Deus. Como pode essa mãe tão importante não ocupar um lugar de privilégio junto ao seu Filho?
Por fim, S. João Damasceno diz:
“[…]Convinha que aquela que viu o seu Filho na cruz, com o coração traspassado por uma espada de dor de que tinha sido imune no parto, contemplasse assentada à direita do Pai. Convinha que a Mãe de Deus possuísse o que era do Filho, e que fosse venerada por todas as criaturas como Mãe e Serva do mesmo Deus”
Ou seja, temos mais motivos para acreditar do que para duvidar de que a assunção de Nossa Senhora também estava nos desígnios de Deus desde sempre.
No entanto, a Igreja também esclarece que o privilégio de partir para o céu em corpo e alma foram concedidos apenas a Jesus e a sua mãe, nem os santos o tiveram, logo quando morremos, o corpo é sepultado e a alma se apresenta diante de Deus, até que ele volte e todos os corpos ressurgirão gloriosos.
O que está reservado para nós?
Que benefício a água traz ao corpo em pleno deserto do Saara? É parecido com o que a assunção de Nossa Senhora significa para o cristão: um grande refrigério diante de tantas necessidades e limitações que a natureza humana nos impõe.
Ora, São Paulo afirma: “Nós somos cidadãos dos céus. É de lá que também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo. Ele transformará nosso corpo glorioso” (cf. Fl. 3,20-21).
Dessa forma, trazemos a esperança de que temos um lugar reservado no céu, aqui não é nossa morada definitiva e a assunção de Nossa Senhora nos assegura isto.
Por outro lado, jamais alcançaremos a eternidade com nossas próprias forças, mas o dom gratuito da salvação vem ao nosso socorro.
Assim, a assunção nos revela que Nossa Senhora está muito perto de Nosso Senhor e é para lá que iremos; e as contas do rosário são os degraus que nos ajudam a não perdermos de vista o caminho para Deus.
Mas devemos ser super cristãos para alcançarmos as mesmas graças de Maria? Com certeza não, mesmo porque o que a tornou extraordinária foi sua vida simples, firme e disponível, sem falar de sua fé e amor a Deus – armas que vencem todos os obstáculos.
Portanto, Maria é o modelo que precisamos seguir e a prova de que a natureza humana pode ser superada pela graça de Deus, uma vez que o que é impossível aos homens é natural para Deus.
A solenidade da Assunção de Nossa Senhora é celebrada dia 15 de agosto, mas no Brasil essa data é transferida para o domingo posterior. No mesmo dia, fazemos memória da vida religiosa na Igreja, um dom total de si para Deus a exemplo da Virgem Maria.