O Tempo Comum se chama assim porque a liturgia apresenta neste período a vida pública de Jesus, o cotidiano de sua missão. Este é um tempo de acolhimento da Palavra de Deus.
Portanto, é também um tempo de esperança, de anúncio e trabalho pelo Reino de Deus. Mas como vivê-lo em harmonia com a Igreja? Descubra neste post.
O Tempo Comum faz parte do Ano litúrgico
Para entendermos o Tempo Comum, precisamos compreender o que é o Ano litúrgico da Igreja. Este compreende um período de 12 meses dividido em tempos litúrgicos, onde cada tempo tem sua característica própria e se refere à vida de Cristo.
Por sua vez, cada ano corresponde a um ciclo. No total são 3 ciclos: A, B e C, que se alternam durante 3 anos, com uma sequência de leituras próprias e um Evangelho por ano, assim, ao final de 3 anos, é possível ler a maior parte da bíblia.
Logo, o Tempo Comum é um período dentro do ano litúrgico. Ele se divide em 2 partes:
- A 1ª começa após a Festa do Batismo de Jesus e acaba na terça-feira antes da quarta-feira de Cinzas;
- A 2ª parte começa na segunda-feira após Pentecostes e vai até o sábado anterior ao 1º Domingo do advento.
Este período soma 34 semanas ao todo, sem contar com o Advento, o Natal e a Páscoa. Por isso é um tempo mais longo, que conta a vida de Jesus no dia a dia, sua missão, seus milagres e o discipulado dos apóstolos.
A Espiritualidade do Tempo Comum
O Cardeal Orani João Tempesta nos diz assim:
“No Ano Litúrgico, além da comemoração, vivemos na atualidade, no dia-a-dia de nossa vida, todos os aspectos da salvação operada por Cristo. A celebração dos acontecimentos da Salvação é atualizada, tornada presente na vida atual dos batizados”.
O Tempo Comum diz respeito exatamente à vivência da salvação, como batizados. E o centro da nossa fé é a Páscoa de Cristo celebrada a cada domingo, com um tema próprio, que vai nos conduzindo passo a passo nos acontecimentos da vida de Cristo.
Dessa forma, a espiritualidade desse período nos convida a valorizar o tempo presente, nos pequenos e grandes acontecimentos da vida. Desde o amanhecer ao anoitecer, a vida familiar, os relacionamentos, a vida pública com sua beleza e desafios.
Foi assim com Cristo também: Ele visitou as pessoas, jantou na casa de Zaqueu, enviou os discípulos para a missão, pagou os impostos, mas também se transfigurou diante deles, explicou sobre o pão da vida e esteve com eles em todas as situações da vida.
Características próprias
Cada tempo da Igreja tem seus sinais próprios e visíveis a todo povo de Deus. Assim acontece como o Tempo Comum cuja cor utilizada é o verde, seja nos paramentos litúrgicos ou nas vestes sacerdotais, porque o verde simboliza a esperança.
O uso das flores é comum, diferente do que acontece no Tempo da Quaresma quando elas são retiradas como sinal de penitência. No decorrer de todo o Tempo Comum há muitas Festas e Solenidades, por exemplo:
Celebra-se a solenidade da Santíssima Trindade, logo depois do domingo de Pentecostes; a solenidade de Corpus Christi, do Sagrado Corpo e Sangue de Jesus e a Solenidade de Cristo Rei, que marca a última semana do Tempo Comum.
Há ainda as Festas dedicadas à Nossa Senhora e a muitos santos conhecidos da devoção popular, como São João Batista, São Pedro, São Paulo, Santo Antônio e muitos outros. De fato, o Tempo Comum é rico em celebrações e espiritualidade.
Caminhamos na estrada de Jesus
O Tempo Comum é a vida em seu cotidiano. Se pararmos para pensar na normalidade da vida de Cristo, veremos que Ele andou muito, conversou com as pessoas, parou ao longo do caminho, se alimentou, descansou, participou de reuniões como qualquer pessoa.
Então, Ele foi uma pessoa com necessidades, compromissos e responsabilidades como qualquer um de nós, porém com o coração unido ao Pai e à sua missão de anunciar o Reino de Deus para todas as pessoas.
Dessa forma, viver o Tempo Comum é caminhar no ordinário da vida com o coração unido a Cristo, lembrando que Ele fez o seu caminho, abençoou a estrada dos pais, dos filhos, dos idosos e agora somos nós quem percorremos essa estrada com a bênção divina.
Portanto, caminhemos na estrada com Jesus, façamos tudo para todos; pratiquemos o Evangelho nas mínimas coisas e viveremos o tempo com suas graças e desafios próprios. Seja na família, no trabalho, na comunidade paroquial ou no lazer.
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