Todos os anos, em setembro, a Igreja propõe aos fiéis que vivam com mais intensidade a meditação da Palavra de deus. Assim Setembro torna-se o mês da Bíblia.
De fato, em qualquer época do ano, essa vivência é necessária para termos intimidade com o Senhor, mas em setembro temos um mês marcado para viver mais intensamente com a Palavra de Deus.
Sobre amar e dedicar-se as coisas de Deus, já dizia Santo Agostinho:
“Só se ama aquilo que se conhece”.
Por isso, é essencial para todo cristão que deseja amar mais a Deus, conheça a Sua Palavra, dedique tempo e atenção para o seu estudo e meditação.
Mas por qual razão a Igreja propõe, que em setembro, essa realidade seja vivida de maneira mais assídua? O que o mês da Bíblia tem de diferente dos outros meses?
É sobre isso que você irá compreender a partir da leitura deste texto. Acompanhe até o final!
Como nasceu o mês da Bíblia?
A principal razão para que setembro seja conhecido como o mês da Bíblia é porque celebramos no dia 30, a memória litúrgica de São Jerônimo. Este santo é lembrado por seu empenho na revisão e tradução das Sagradas Escrituras.
São Jerônimo viveu entre os anos de 340 e 420, e seu maior feito foi a primeira tradução bíblica. Até então, somente clérigos tinham acesso a Palavra de Deus, e ainda, somente em grego e hebraico.
Dessa forma, São Jerônimo traduziu para o latim, língua oficial da Igreja na época. Essa versão, ficou conhecida também como “vulgata”, fez jus ao seu nome, porque popularizou a sua leitura.
Além disso, a versão em Latim tornou-se o modelo para a tradução em diferentes idiomas como temos hoje.
A missão de São Jerônimo foi de extrema importância para os cristãos, porque, a partir deste trabalho, as pessoas puderam ter acesso Palavra de Deus em seu idioma de origem.
Portanto, não apenas como forma de reconhecer o trabalho desenvolvido por São Jerônimo, mas sobretudo para conscientizar e motivar os cristãos a dedicarem-se mais à leitura e compreensão da Palavra de Deus, setembro é então o mês dedicado à Bíblia.
Como aumentar a intimidade com Deus a partir de Sua Palavra?
O documento “Apostolicam actuositatem” afirma que:
“Só com a luz da fé e a meditação da Palavra de Deus pode alguém reconhecer sempre e em toda a parte a Deus no qual ‘vivemos, nos movemos e somos”
Mesmo com a facilitação ao acesso e a leitura da Palavra de Deus, muitas pessoas encontram dificuldades para compreender algumas passagens.
Isso porque a cultura na qual a Bíblia foi escrita era muito diferente das culturas que existem hoje e não podemos “levar ao pé da letra” o que lemos. Por isso, a Igreja, em sua grande sabedoria, no propõe atitudes e métodos para nos conduzir neste neste caminho.
Também como um conjunto de livros Sagrados, inspirados pelos Espírito Santo, sua leitura não pode acontecer de forma a ignorar os seus devidos contextos, ou como se estivesse lendo um livro de ficção. A Bíblia é a Palavra Viva de Deus, a qual somos chamados a nos relacionar. Por meio dela, Deus fala conosco e comunica o Seu amor.
Mas como podemos crescer nessa intimidade com Deus a partir de Sua Palavra?
Você sabia que há um método muito eficaz, recomendado pela Igreja? Trata-se da “Lectio Divina“, a leitura orante da Palavra. É uma forma de oração que pode enriquecer a vida de fé de todo batizado, independentemente do seu estado de vida. Esse método acontece por meio de quatro passos simples:
- Leitura;
- Meditação;
- Oração
- Contemplação,
Por meio da Lecto Divina, o cristão encontra uma maneira nova de se relacionar com a Palavra de Deus.
Por isso, a leitura inicia com a invocação ao Espírito Santo, que ilumina a inteligência para compreender e fortalecer a vontade para amar o que será lido.
O método tradicional é simples:
- A leitura procura a doçura da vida bem-aventurada;
- A meditação a encontra;
- A oração a pede;
- A contemplação a experimenta.
“A leitura, de certo modo, leva à boca o alimento sólido, a meditação o mastiga e tritura, a oração consegue o sabor, a contemplação é a própria doçura que regala e refaz. A leitura está na casca, a meditação na substância, a oração na petição do desejo, a contemplação no gozo da doçura obtida.” (Guigo, o Cartucho, Scala Claustralium).
Então, a Bíblia é então este alimento vivo, espiritual o qual podemos e devemos buscar cada vez mais conhecê-la e torná-la concreta em nossa vida. Afinal de contas, como São Tiago nos ensina:
“Que interessa se alguém disser que tem fé em Deus e não fizer prova disso através de obras? Esse tipo de fé não salva ninguém. É morta em si mesma”, (Tiago 2, 14.17).
Quais os benefícios em crescer na intimidade com Deus por meio da Bíblia?
A Bíblia é, para o cristão, fonte inesgotável do amor de Deus. Quanto mais buscamos conhecê-la, melhor compreendemos o amor de Deus e Seus desígnios para a nossa vida pessoal. São Jerônimo ensina que:
“Desconhecer as Escrituras é desconhecer o próprio Cristo”.
Portanto, é fundamental que cada cristão busque conhecer, se aprofundar e dedicar momentos de qualidade com o intuito de crescer na intimidade com Deus por meio de Sua Palavra.
Dessa forma, sua fé ficará firme sobre a rocha (C.f Mt 7,24-27), poderá cair a chuva, as enchentes e mesmo com ventos fortes, essa fé não se abalará!
Deus anseia por encontrar-se com cada um de nós! para nos amar, saciar a sede do nosso coração e Ele nos espera na Eucaristia como também no encontro pessoal, íntimo e profundo com Ele por meio de Sua Palavra.
Que neste mês de Setembro o seu coração possa se alargar no desejo de viver essa experiência tão rica e singular, capaz de transformar a vida e o olhar para os acontecimentos da sua própria história. Peça a Deus a graça e a constância para perseverar neste caminho de fé e santidade.
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