Conhecendo Santa Catarina Labouré

Muitos conhecem a devoção à Nossa Senhora das Graças, ou da Medalha Milagrosa, mas pouco sabem a respeito de Santa Catarina Labouré. Essa é a jovem religiosa que foi agraciada com aparições de Nossa Senhora em 1830.

A santa via a Virgem Maria tal como a vemos no verso da Medalha Milagrosa. E hoje vamos nos dedicar a conhecer um pouco mais da história dessa vidente que revelou ao mundo uma das mais conhecidas devoções marianas.

Quem é Santa Catarina Labouré?

A pequena Catarina nasceu na França, em 2 de maio de 1806, em uma numerosa família de camponeses. Quando tinha apenas 9 anos, sua mãe faleceu, o que a obrigou a assumir a educação dos irmãos, algo que fez com empenho. Além disso, assumiu as tarefas domésticas na fazenda onde morava com o pai e os irmãos.

A menina era piedosa, rezava muito. Aos 14 anos, decidiu jejuar duas vezes por semana e participava da santa Missa todos os dias na capela das Irmãs da Caridade, a um quilômetro e meio de sua casa.

Pelo fato de ter perdido sua mãe, Catarina tomou a bem-aventurada Virgem Maria por sua mãe e protetora. E não demorou para sentir em seu coração um chamado para servir ao Senhor com sua vida.

Um sonho que mudou tudo

Não foi tão fácil para Catarina entrar para a vida religiosa. Seu pai queria que ela se casasse e formasse uma família. Mas ela negou duas propostas de casamento.

Certa noite, Catarina sonhou com um padre que celebrava a Missa em um altar branco de moldura dourada. O que a impressionava era seu olhar. Ela ficou fascinada com o entusiasmo com que ele rezava. Não conseguia desprender-se daquele olhar. 

Ainda em sonho, Catarina saiu da Igreja para ir visitar uma pessoa doente e no caminho encontrou o velho padre, que lhe disse: “Minha filha, é bom cuidar dos doentes. Foges de mim agora, mas um dia ficarás feliz em me procurar. Deus tem seus desígnios para ti. Não te esqueças” (Santa Catarina Labouré – Mensageira de Nossa Senhora das Graças e da Medalha Milagrosa. René Laurentin. Ed. Paulinas. 2009).

Tempos depois, alimentando o sonho de entrar para a vida religiosa, a jovem foi visitar as religiosas da Ordem das Irmãs da Caridade. Nesse dia ela teve uma grata surpresa. Deparou-se com um retrato do padre com quem havia sonhado. Perguntou ela à religiosa: “Quem é este?”. E ouviu em resposta: “Este é São Vicente de Paulo, nosso fundador”.

Saiu de lá com o desejo de entrar para o postulado, mas isso exigia o consentimento do seu pai. O que ele não aceitava.

Esperou completar 21 anos e mais uma vez comunicou sua decisão ao pai de entrar para a vida religiosa. Mais uma vez ele negou isso à sua filha. E, desta vez, foi além: a enviou para trabalhar com seu irmão que tinha um restaurante em Paris.

Passado um tempo, em 1830, ela finalmente conseguiu ser aceita na Ordem das Irmãs da Caridade e assim pôde responder ao chamado que sentia em seu interior.

Suas visões místicas

Já no início da vida religiosa, ainda como postulante, durante a Missa, Catarina costumava ter visões de Jesus em frente ao Santíssimo Sacramento.

Além disso, Catarina teve três visões místicas de São Vicente de Paulo, fundador da sua Ordem, na qual ele lhe falava sobre o relicário que continha seu coração incorrupto. Esse relicário estava guardado na capela da casa onde aconteceram as aparições da Virgem Maria.

No total, Santa Catarina presenciou 3 manifestações da Virgem que indicou a ela a devoção à Nossa Senhora das Graças, também conhecida como Nossa Senhora da Medalha Milagrosa.

Essas experiências místicas, Catarina relatou para o seu diretor espiritual. Em conjunto, e com muitas dificuldades, eles trabalharam por instituir essa nova devoção mariana, que hoje é mundialmente conhecida entre os católicos.

A santidade de Catarina Labouré

Em 3 de maio de 1835, domingo do Bom Pastor, Catarina por fim pronunciou os votos de pobreza, obediência e castidade. Logo ela foi enviada para uma Casa da congregação que funcionava como um abrigo para idosos e enfermos. Neste lugar ela passou 46 anos se dedicando aos menos favorecidos. Sua humildade, abnegação, obediência, zelo e amor fizeram dela uma santa.  

Catarina sabia que o tempo de sua morte se aproximava e que não chegaria a ver o ano de 1877. Ela faleceu em 31 de dezembro de 1876. Seu corpo foi depositado numa cripta na capela da Rue de Reuilly, 77, onde permaneceu intocado por 56 anos.

Logo que foi anunciado a sua beatificação, em 1933 a cripta foi aberta para o costumeiro reconhecimento de suas relíquias, com a exumação do corpo.

O corpo incorrupto

Na exumação, quando o médico retirou o pano que cobria os restos mortais de Catarina, todos presenciaram um milagre: o corpo encontrava-se incorrupto.

“As mãos haviam deslizado para o lado, mas estavam brancas e em seu aspecto natural. O cordão do rosário havia apodrecido e as contas haviam se desprendido no caixão. A pele do rosto tinha a aparência levemente estriada, mas estava inteira. Os olhos e a boca estavam fechados” (Rev. Edmond Crapez, C. M., Blessed Catherine Labouré, Daughter of Charity of St. Vincent de Paul (Emmitsburg, MD: St. Joseph’s Provincial House, 1933), pp. 235-36.

Em seguida, o corpo de Santa Catarina foi trasladado em procissão solene para a casa principal das irmãs. Deste então, encontra-se na capela da casa principal, sob o altar lateral de Nossa Senhora, onde repousa atrás de uma redoma de vidro. 

Contudo, as mãos erguidas e entrelaçadas por um rosário são feitas de cera. Suas mãos incorruptas foram amputadas e são mantidas em um relicário especial, conservado no claustro das noviças, na casa principal. O coração da santa também foi colocado em um relicário especial que fica na capela da Rue de Reuilly, onde a santa havia rezado com tanta frequência.

Em 27 de julho de 1947, Santa Catarina foi canonizada. Sua memória litúrgica é celebrada em 28 de novembro, um dia após a celebração de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa. 

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