Pode ser que, em algum momento da sua vida cristã, você tenha se deparado com a explicação de que a semana santa é a “Semana Maior”, o eixo central da religião católica. Pode ser que você já tenha ido a encenações, teatros e muitas outras coisas que tentaram conceituar os fatos relacionados ao acontecimento que marcou a história da humanidade: um homem morreu, foi crucificado e voltou a viver!
Como explicar isso? Como os contemporâneos de Jesus assimilaram essas coisas. E para aqueles que o viram na cruz, sem vida, O terem encontrado novamente e até ceado com Ele: como conceber um evento assim?
O ponto é que a Semana Maior não é, apenas, uma celebração, uma lembrança, uma comemoração. O tempo – chronos – esse que contamos no relógio, no calendário, é uma criatura de Deus e, portanto, O serve. O “tempo de Deus”, digamos assim, é o “kairós”, tempo da graça! Essa separação existe e nos serve de pedagogia para compreender que – assim como no sacrifício da missa –, o que vivemos na semana santa é uma entrada no kairós. Vivenciamos um funeral que, constantemente, nos faz colher graças e bênçãos daquele que ali está. Pela graça, nós somos inseridos numa atualização do ministério pascal que continua a ser fonte de vida e salvação em nossa vida.
Portanto, quando estivermos na semana santa, peçamos ao Senhor a graça de contemplar os mistérios de sua paixão, morte e ressurreição com a mesma reverência, adoração e espírito penitencial dos que viveram a experiência in loco. Da contemplação das chagas à alegria do aleluia, da festa da vida!