O que é a vida religiosa na Igreja?

Todo ano, durante todo o mês de agosto a Igreja nos convida a refletirmos sobre a beleza e a expressividade de cada vocação. De maneira especial, a terceira semana do mês é dedicada à vida religiosa, também chamada de vida consagrada. Por isso, te convidamos hoje a conhecer mais profundamente este chamado.

A vida consagrada é um modo de viver de homens e mulheres que deixaram tudo – bens, familiares, trabalho – para seguir a Jesus Cristo de modo radical.
São pessoas que, na oferta de suas vidas, vivem os conselhos evangélicos, que são aspectos da vida de Cristo. Para isso, professam votos de pobreza, castidade e obediência.

Por que fazem isso? Para conformarem suas vidas a Jesus, para se tornarem “novos Cristos” para toda a Igreja.
Neste sentido, a vida religiosa trabalha a evangelização do povo de Deus. Mas, mais do que isso, intercede por eles e cuida da promoção da dignidade humana a partir de obras de caridade.
Agora, se você pensa que a vida religiosa consagrada é restrita apenas a padres e freiras, está enganado. Os leigos também podem ser consagrados. Saiba mais!

Entenda as duas realidades da vida religiosa consagrada

Existem duas realidades quando falamos em vida religiosa consagrada. Como já dissemos acima, os padres e freiras e os leigos consagrados.
As Ordens Religiosas ou Congregações são formadas por sacerdotes, leigos consagrados ou freiras. Cada uma vive de acordo com o carisma de seu fundador, vestem hábitos e seguem uma rotina rígida de orações.

Há também leigos ligados aos Institutos Seculares ou às Comunidades Novas, onde existem a opção de consagração de vida ou de aliança. Os que optam pelos Institutos Seculares fazem promessas de pobreza, castidade e obediência, e cultivam uma intensa vida de oração.

Contudo, os leigos que vivem uma consagração de aliança atuam no mundo secular. Ou seja, são chamados a colaborar na santificação do mundo, de acordo com os valores evangélicos e cristãos, no cotidiano de suas vidas, no seu trabalho, estudo e em todos os ambientes de convívio.

Outra novidade é que Novas Comunidades possuem membros com consagração de vida casados e com filhos. Testemunhando seu Carisma a partir da vida familiar. 

A Igreja Católica afirma que a vida consagrada deve ser vista como “uma resposta livre a um chamamento particular de Cristo”. E que mediante este chamado “os consagrados se entregam totalmente a Deus e tendem para a perfeição da caridade sob a moção do Espírito Santo” (Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, n. 192).

A missão e o apostolado da vida religiosa no mundo de hoje

A missão da vida religiosa é ser sinal do amor de Deus no mundo. Além disso, são chamados a ser testemunhas proféticas da esperança e da caridade. A vida consagrada deve ser o Evangelho vivo hoje e amanhã, independentemente da situação na qual o mundo vive hoje.

A irmã Liliana Franco, presidente da Conferência Latino-Americana de Religiosos e Religiosas (CLAR) afirmou numa entrevista que “é um chamado urgente para que nós, como vida religiosa, consideremos nosso lugar; e nosso lugar é no meio dos mais pobres, no meio de quem mais sofre”.

A pandemia que atingiu o mundo nestes últimos tempos mexeu com a fé de muitos cristãos diante da morte de milhões de pessoas. Muitos que perderam seus entes queridos abruptamente questionaram por que Deus permitiu tamanho mal.

Diante de tal cenário e desafios, o Papa Francisco fez uma alerta à vida religiosa consagrada. Ao escrever uma carta (em 2020) para os consagrados do Brasil, ele afirmou: “é preciso estar vigilante, a fim de se evitar a tentação de ter um olhar mundano, que nos impede ver a graça de Deus como protagonista da vida e nos leva a sair à procura de qualquer substituto”.

Neste sentido, ele orientou que o melhor antídoto é dar prioridade à oração em meio a todas as nossas atividades, certos de que a pessoa que mantém o olhar fixo em Jesus aprende a viver para servir, pois experimenta aquilo que disse o profeta Isaías: “És precioso a meus olhos… Eu te amo” (43,4).

Papa Francisco – uma vida religiosa que tem muito a ensinar

O Papa Francisco, antes Padre Jorge Mario Bergoglio, foi um sacerdote jesuíta, ou seja, religioso da Companhia de Jesus. Isso já é um diferencial, visto que a maioria dos Papas eleitos até hoje não vinham de Institutos Religiosos, mas eram sacerdotes diocesanos.

Bergoglio tornou-se bispo auxiliar de Buenos Aires, sua terra natal, em 1992, e Arcebispo primaz em 1998. Em 2001 foi nomeado Cardeal e em 2013 foi eleito Papa.  

Desde sacerdotes, ele foi muito amado e respeitado por sua amabilidade e simplicidade. Quando bispo, costumava dizer: “O meu povo é pobre e eu sou um deles”. E quando foi eleito chefe da Igreja de Jesus Cristo recomendou aos sacerdotes: misericórdia, coragem apostólica e portas abertas a todos. 

Além disso, ele costuma recomendar que a vida religiosa tenha nas mãos o catecismo, que redescubra os mandamentos e as bem-aventuranças.

Há poucos dias este Papa que conhece bem os desafios da vida consagrada dos dias atuais, deixou uma mensagem aos participantes do Congresso da Vida Religiosa da América Latina e do Caribe. O evento aconteceu de 13 a 15 de agosto de 2021. Na mensagem, ele afirmou: “a vida consagrada é especialista em comunhão”; “a vida consagrada é itinerante e promotora de fraternidade”.

E convidou todos os religiosos a “aproveitar a oportunidade de percorrer com o Senhor os caminhos da esperança, reconhecendo que o fruto está sob a guia exclusiva do Espírito Santo”.

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