Semana Santa: entenda o significado de cada dia

A Semana Santa é o momento em que a Igreja propõe aos cristãos os sagrados mistérios da Paixão, Morte e Ressurreição do Filho de Deus tornado homem, para, no martírio da Cruz e na vitória sobre a morte, oferecer à humanidade a graça da salvação.

E o ponto alto desse acontecimento é o Tríduo Pascal, quando se consuma a entrega de Deus por nós. Esse momento é eterno; não se limita àquele tempo na história. Por isso, todos os anos celebramos esta graça e atualizamos este mistério como se fosse hoje.

Podemos comparar a importância do Tríduo Pascal com algum fato significativo em nossa vida, por exemplo, o nascimento de um filho: quantos sentimentos despertam na memória? Agora, coloque no lugar a Paixão de Cristo! Não há como medir, mas celebrar!

E você sabia que cada dia do Tríduo tem um significado e segue uma simbologia? Acompanhe este conteúdo e descubra o significado desta solenidade. 

 Semana Santa, o coração da liturgia cristã!

Assim disse São João Paulo II no documento Ecclesia de Eucharistia:

“A Igreja vive da Eucaristia. Esta verdade não exprime apenas uma experiência diária de fé, mas contém em síntese o próprio núcleo do mistério da Igreja.”

Em poucas palavras, o Papa explicou porque a Semana Santa é tão importante para os cristãos católicos: porque, de fato, foi nela que aconteceu a Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo, o maior ato de amor de Deus por toda a humanidade, que nos deixa sem palavras.

No entanto, enche de sentido nossa existência e é a razão de ser da Igreja, porque tudo gira em torno dessa verdade! Todos os atos litúrgicos, os sacramentos e nossa fé na vida eterna existem por causa de Cristo morto e ressuscitado.

Logo, é o maior acontecimento de toda a nossa vida; com ele encerramos a Quaresma e damos início ao tempo pascal – 50 dias de alegria e celebração – até Pentecostes. 

Passamos o ano todo nos preparando para essa semana, portanto não deixemos que ela passe por nós, mas mergulhemos nesse mistério de salvação, aproveitando cada dia, como a Igreja nos ensina.

Quinta-Feira da Semana Santa!

O Tríduo tem início no entardecer da Quinta-Feira Santa

Além disso, temos, neste dia, momentos distintos, que nos livros litúrgicos nos são bem explicados. 

  • Missa da Ceia do Senhor ou Lava-Pés: celebrada no fim do dia. É quando começa o Tríduo Pascal com a comemoração da Última Ceia e o Lava-Pés. Nesta Missa faz-se memória da Instituição da Eucaristia e do Sacerdócio. 
  • A homilia: o sermão desta Missa é conhecido como sermão do Mandato ou do Novo Mandamento e fala sobre a caridade ensinada e recomendada por Jesus Cristo. Este é o conteúdo central de todo o Tríduo, o amor a Deus e ao outro.
  • O Lava-Pés: após a homilia, o sacerdote lava os pés de algumas pessoas da comunidade, previamente escolhidas. Esse momento, baseado na atitude de humildade de Jesus, é um exemplo a ser seguido por todos, não apenas pelos sacerdotes. 
  • Procissão do Translado do Santíssimo Sacramento: ao final da Missa, faz-se a chamada procissão do Santíssimo do altar-mor da igreja para uma capela, enquanto se canta o cântico litúrgico recomendado pelo missal romano.
  • Adoração: ao final da procissão, as reservas eucarísticas são levadas para uma capela e começa a adoração. Logo após, é feito o despojamento das vestes sacerdotais e o altar fica desnudo. Tudo com simplicidade, louvor e muita oração.

Sexta-Feira da Paixão do Senhor

Exatamente às 15h, celebra-se a paixão e morte de Jesus Cristo. Tudo começa em silêncio, observando o jejum e a oração próprias do dia. Não é Missa, mas uma celebração que se dá em três partes bem definidas, vividas com espírito de oração, serenidade e esperança.

As três partes são: a liturgia da Palavra, a adoração da Cruz e a comunhão Eucarística. Terminada a cerimônia, a Cruz, então, é exposta na Igreja como sinal de salvação e esperança, não de morte, mas de vida, de amor absoluto de um Deus apaixonado!

Então, o sacerdote se retira em silêncio, o altar permanece descoberto e a comunidade entra em estado de vigília à espera da ressurreição. A oração que se propõe é a Via-Sacra como forma de nos unirmos ao Senhor e rezamos pelos sofrimentos da humanidade. Ou ainda é muito comum fazer o rito de descendimento de Jesus da Cruz e a procissão com o Senhor Morto.

Sábado Santo

O Sábado Santo é o momento tão esperado da semana santa! Inicia-se ao cair da tarde em memória da noite santa da ressurreição gloriosa de Nosso Senhor Jesus Cristo. É a chamada “a mãe de todas as santas vigílias”.

Não há maior acontecimento que o Sábado Santo! Ele é cheio de sinais que nos encaminham para a ressurreição de Cristo e também para a nossa! Veja os principais:

  • Bênção do fogo – o sacerdote abençoa o fogo novo, acende o Círio Pascal, que representa a luz de Cristo Ressuscitado, e as velas dos fiéis. 
  • Procissão do Círio Pascal –  com o Círio Pascal à frente, toda comunidade segue com as velas acesas, com cantos, em vigília, em direção a Igreja.
  • Proclamação da Páscoa – com todo povo em pé na Igreja, o presidente da celebração incensa o Círio Pascal e a Páscoa é proclamada solenemente. 
  • Liturgia da Palavra – A proclamação da Palavra tem uma narrativa espetacular porque conta a história do povo de Deus até a chegada do Salvador. 

A celebração é preparada com muito zelo e a participação do povo é fundamental. Terminada a solenidade da Vigília Pascal, começa a Páscoa na Igreja.

“O Senhor ressuscitou verdadeiramente” (Lc 24,34)

O Domingo de Páscoa marca o início do tempo pascal! Páscoa significa passagem e foi exatamente o que aconteceu: Cristo passou da morte para a vida e nos abriu o caminho definitivo para o Pai, logo, celebramos nossa páscoa também, a vida nova em Cristo. 

Durante 50 dias, viveremos da alegria pascal que depois permanece em cada domingo, por isso este dia é tão importante para a vida cristã, como dizia São João Paulo II, o domingo é o senhor de todos os dias! 

Por fim, como viver tudo isso?

Confira aqui a Programação de Semana Santa 2023 da Basílica São Miguel Arcanjo

Primeiro com uma profunda gratidão, depois em companhia do Mestre (participando o máximo das celebrações), resguardando-se de tudo que desvirtue o sentido da semana santa e vivendo desta graça durante o ano inteiro. 

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