Participar da Missa é um ato de amor para o cristão católico. Segundo o Catecismo da Igreja Católica (n. 2181):
“A Eucaristia dominical fundamenta e sanciona toda a prática cristã. É por isso que os fiéis têm obrigação de participar da Eucaristia nos dias de preceito, a menos que estejam justificados, por motivo sério. Os que deliberadamente faltam a essa obrigação cometem um pecado grave”.
E, como dizemos na celebração, “é nosso dever e nossa salvação“, não apenas estarmos presentes, mas compreendermos o mistério, como ele é organizado, qual o sentido dos gestos, ou seja, como acontece a santa Missa. Para isso, acompanhe este post agora!
Mas, afinal o que é a missa?
A palavra ‘missa’ vem do latim missio e significa despedida ou envio. De fato, toda a celebração é um envio que começa com a entrada na casa de Deus, desenvolve-se no encontro com Ele e se conclui com a bênção final, que nos devolve para missão cotidiana.
E quem celebra a Missa? O Catecismo responde:
“É toda a comunidade, o corpo de Cristo unido à sua Cabeça, que celebra” (CIC 1140).
O padre, então, é o presidente da celebração, ele conduz toda a Missa e nos presenteia com o corpo de Cristo.
Agora, a Missa é um rito organizado por partes, bem estruturada, e tudo nela tem sentido: o canto, as leituras, os gestos, o silêncio, a oração… Tudo é para que nos encontremos com o Senhor de coração livre e aberto, assim com Ele vem ao nosso encontro.
A Missa parte por parte
Como dissemos, a Missa é um rito bem organizado. Um único rito, mas que pode ser explicado pedagogicamente em quatro partes:
1. Ritos Iniciais
São os primeiros momentos da celebração e fazem parte dele:
- Canto de Abertura;
- Acolhida;
- Ato Penitencial;
- Hino de Louvor;
- Oração Coleta.
Cada um deles acompanha gestos, respostas, canto, até chegar na oração da coleta, ou seja, o primeiro “oremos”, quando o padre reúne todas as intenções da assembleia, inclusive as que estão em nossos corações, e as apresenta a Deus.
Então, passamos à escuta da Palavra de Deus.
2. Liturgia da Palavra
A Palavra de Deus é o primeiro documento que anuncia as maravilhas de Deus em benefício do Seu povo; ela conta a nossa história de salvação, por isso é proclamada e deve ser ouvida com atenção por toda a assembleia.
E existem detalhes importantes desse momento: a liturgia da Palavra muda de acordo com o ano, o tempo e o dia. O ano litúrgico é dedicado a um evangelista: Mateus (ano A), Marcos (ano B) ou Lucas (ano C) e João, que aparece em dias de festa, solenidades e no Tempo Pascal.
Dentro de cada ano, acontecem os tempos litúrgicos: Advento, Natal, Quaresma, Páscoa e Tempo Comum; e dentro dos tempos, existem as leituras semanais e as dominicais. Tudo muito bem organizado para favorecer a escuta da maior parte da bíblia durante três anos.
Geralmente, a liturgia da Palavra se divide em Primeira Leitura, Salmo Responsorial, Segunda Leitura, Aclamação ao Evangelho, Proclamação do Evangelho, Homilia, Profissão de Fé e Oração da Comunidade. Porém, durante a semana não existe a Segunda Leitura.
3. Liturgia Eucarística
Após a oração da comunidade, começa a Liturgia Eucarística. Observe o quanto é importante tudo o que acontece na Missa até aqui, já que a Liturgia Eucarística é o momento da consagração do pão e do vinho em corpo e sangue de Cristo.
De certa forma, seria como se caminhássemos dentro de um castelo até chegar aos aposentos reais, na intimidade do rei. Assim acontece com a Missa do rito inicial até a Liturgia Eucarística, quando a presença real de Cristo se faz pelas mãos do sacerdote.
Então, se explica a preparação das ofertas, o porquê de ficarmos em pé a maior parte do tempo, o canto do santo, a genuflexão na hora da consagração e todas as orações que fazemos até o momento da comunhão.
Este é o momento mais longo da Missa e o centro de todo o mistério pascal. Ele se organiza da seguinte forma:
- 1ª Parte – Canto da Procissão das Oferendas e preparação do altar;
- 2ª Parte – Oração Eucarística: Prefácio, Santo, Consagração e Louvor Final;
- 3ª Parte – Rito da comunhão: Pai-Nosso, Cordeiro de Deus, Canto da Distribuição da Comunhão, canto pós-comunhão e Oração após a Comunhão.
4. Ritos Finais
Após o rito da comunhão, chegamos ao final da Missa. Nos ritos finais acontecem os avisos, comunicados da comunidade e a bênção final, então retornamos para a vida, alimentados na fé e revestidos das armas espirituais para vencermos as batalhas do cotidiano.
Feito todo esse percurso, conforme nos orienta a Igreja, teremos participado do maior de todos os sacramentos que é a Eucaristia. A Missa é o lugar do encontro com a ressurreição e, quanto mais respondemos com nossa voz, com os gestos, mais seremos envolvidos pela graça do Senhor.
Portanto, a Missa merece toda a nossa atenção e resposta ativa. Há momentos de silêncio, de falar, escutar, ajoelhar-se, levantar-se, enfim. Tudo feito com um único objetivo: nos conduz ao encontro com o Senhor ressuscitado no meio de nós.
Como participar bem da Santa Missa
Após todas essas explicações, certamente celebraremos a Santa Missa com mais atenção e amor. A Eucaristia é nossa páscoa semanal, se não participamos aos domingos, pecamos contra o terceiro mandamento, que nos pede para guardar domingos e festas de guarda.
Mas, também, na Missa encontramos forças para prosseguir, ouvimos a Palavra, acolhemos a reflexão do sacerdote e, durante toda a celebração, nos encontramos com o Senhor até recebê-lo na comunhão.
Então, voltamos para nossa missão cotidiana, mas não sozinhos! O Senhor vai conosco, à nossa frente e a paz que Ele nos comunica é o alimento que nos sustenta em família e nos fortalece diante das situações complexas da sociedade.
Se é assim, não podemos nada sem Ele, mas com Sua presença somos mais que vencedores, como diz São Paulo. E passamos das escravidões da vida moderna para a liberdade dos filhos de Deus constantemente. Então, busquemos sempre a Missa.
Veja o que nossas orações e contribuições estão fazendo: Gruta do Arcanjo, o espaço temático da Basílica de São Miguel Arcanjo