Setembro amarelo: 5 dicas para ajudar a quem precisa de apoio

Vivemos na era da informatização. Temos acesso livre e fácil a informações, a ponto de, ao alcance de um click, podermos saber de tudo e todos, basta querer. Contudo, o assunto suicídio ainda é tido por muitos como um tabu. De um lado estão aqueles que parecem não suportar seus sofrimentos e pensam em cometê-lo. Do outro, a sociedade em geral que vê esse assunto com preconceito. Contudo, o Setembro Amarelo surgiu como um revés.

Para dar derrubar este muro de preconceitos causados pela desinformação é que o Centro de Valorização da Vida (CVV), o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) criaram, em 2015, a campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio. A campanha recebeu o nome de Setembro Amarelo e acontece no mês cujo dia 10 (de setembro) marca o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio.

Dados da Organização Mundial da Saúde apontam que, no mundo, a cada 40 segundos uma pessoa comete suicídio; cerca de 1 milhão de pessoas por ano. No Brasil, o número é assustador: aproximadamente 32 suicídios são registrados por dia.

Segundo informações do site do CVV, 9 a cada 10 mortes por suicídio poderiam ter sido evitadas. A primeira medida para isso é a prevenção, por isso a necessidade de se promover o Setembro Amarelo em todos os cantos do país. “É preciso perder o medo de se falar sobre o assunto. O caminho é quebrar tabus e compartilhar informações. Esclarecer, conscientizar, estimular o diálogo e abrir espaço para campanhas contribuem para tirar o assunto da invisibilidade e, assim, mudar essa realidade”, afirma a instituição. 

Mas, afinal, o que o cristão pode aprender com o Setembro Amarelo? Como ajudar aqueles que passam por um momento tão difícil a ponto de lhes fazer pensar que tirar a própria vida seja a solução? Veja 5 dicas que podem te preparar para lidar com quem precisa de apoio.  

1. Demonstre empatia

Aquele que sofre, muitas vezes tem dificuldade de se relacionar. Por medo de ser julgado, por insegurança em ser aceito, enfim, são muitos os motivos. No entanto, encontrar alguém que demonstre abertura e sem preconceito é um passo para que se sinta amado e acolhido. Aquele que está depressivo e que perdeu o ânimo de viver geralmente diz frases como “preferia estar morto”, “quero sumir”. Nesse momento é que devemos demonstrar empatia por ele e pelo seu sofrimento. Esse termo, que parece estar em alta ultimamente, consiste em buscar compreender os sentimentos e emoções do outro. Portanto, ao invés de dizer “para de fazer drama”, diga “eu te amo e vou te ajudar”. Ter alguém que respeite a sua falta de esperança – ainda que sem compreendê-lo – é muito importante para que a pessoa comece a reverter sua situação.    

2. Ouça sem julgar

Temos o péssimo hábito de julgar as pessoas – como o olhar, com o pensamento, com palavras – ainda que a Palavra de Deus nos apresente uma advertência: “Não julgueis e não sereis julgados” (Mt 7,1). Independentemente da situação, como cristãos devemos ser obedientes a esse mandato de Jesus, lembrando-se de que todos somos pecadores e merecedores do amor misericordioso de Deus. Ouça com atenção aquele que aceitou abrir seus sentimentos a você. Não o critique dizendo que ele está errado, ou que o que pensa em fazer é imoral, é vergonhoso. Não o rotule como pessimista, mas afirme que tudo pode melhorar. O depressivo precisa de alguém que o enxergue com misericórdia, a partir do olhar de Cristo. Todos temos a necessidade de sermos aceitos como somos, e com aquele que não consegue ver uma resolução para a própria vida, não é diferente. O que essa pessoa precisa é ter ao seu lado alguém que a ajude a sair do fosso de tristeza na qual sua vida se transformou. Palavras duras só a empurram ainda mais.

3. Acolha com misericórdia

A palavra misericórdia vem do latim. É a junção de miserere – ter compaixão, com cordis – coração. Ou seja, misericórdia é acolher a miséria do outro com o coração, com amor. A Palavra de Deus nos convida a sermos misericordiosos como Deus é misericordioso para conosco (cf. Lc 6,36). Quando nos deparamos com um irmão que dá sinais de depressão, desilusão, falta de esperança, devemos ser luz para ele. Devemos semear a fé em seu coração. Esse irmão precisa sentir-se amado não apenas pelos que o cercam, mas também por Deus. Uma palavra, um abraço, um sorriso pode ajudar essa pessoa a recuperar a fé.

4. Oriente sem discutir

Ouvir uma bronca é tudo o que uma pessoa em situação de vulnerabilidade  não precisa. Há muitas maneiras de expressar algo, e palavras ditas com amor e mansidão podem surtir mais efeito do que as que são ditas com braveza. Troque expressões do tipo “você é doente, tem que se tratar”, por “vou te ajudar a sair dessa”.

5. Busque ajuda profissional

Os passos acima são importantes para a prevenção do suicídio, contudo a ajuda profissional é necessária para tratar a doença causadora desse mal – a depressão. A medicação é importante para tratar os sintomas e ajudar a pessoa a restabelecer sua vida. A ajuda de um psicólogo é também necessária e de grande valia para esses casos. Além disso, ajudar o irmão a buscar o sacramento da confissão também pode colaborar muito. Na confissão depositamos nossas dores e angústia no coração de Cristo e recebemos seu perdão e seu amor – algo importante para estreitar os laços com Deus.

Para os católicos, o Setembro Amarelo reforça a valorização da vida. Precisamos falar sobre o suicídio, precisamos ajudar os irmãos que gritam silenciosamente por ajuda! Seja para eles a presença misericordiosa de Jesus.

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